segunda-feira, 14 de julho de 2014

Um pouco mais de narcisismo.

                                 







                                                     Um pouco mais de narcisismo.
  
     Não temos uma definição universal para o que é vida, porém podemos identificar traços que nos encaminha para futura resposta que há em nossa cultura (ocidental capitalista) um desses  traços  será a tese desse texto, que é: as dualidades presentes em nossas vidas “o que realmente sou e o que desejo ser?” veremos que há desigualdade na ênfase nessas duas questões. Essa ideia aparece também no filme Clube da Luta, é umas das principais razões para as pessoas buscarem a religião e um alimentador do consumismo.
    No filme Clube da luta o personagem “Jack” que exerce a função de narrador personagem cria uma dupla personalidade, alguém que é tudo o que ele gostaria de ser, bonito, bem vestido, inteligente, possui carro luxuoso,não trabalha em um escritório, mora em uma casa velha ou seja, ele cria uma vida completamente diferente comparada a que ele tem. Esse tipo de dualidade acontece em nossas vidas, mas de uma maneira um pouco diferente para a maioria das pessoas, começamos a idolatrar sujeitos que são aquilo que jamais seremos exemplo: famosos, talentosos, ricos etc. A mídia exerce a função de criar indivíduos para serem nossos ídolos, esses personagens cantam bem, namoram pessoas que nos somos loucos para namorar, possuem habilidades que gostaríamos de ter e com isso nos tornamos cada vez mais insatisfeitos com nós mesmos. Por conta disso, a idolatria funciona como uma espécie de fuga, cultuamos quem é aquilo que queremos ser. A diferença desse tipo de dualismo ao dualismo presente no Clube da Luta é que não somos responsáveis pela criação de nossos ídolos e sim a mídia, já no filme e o próprio autor que cria o seu Herói.
    Esse pensamento também esta presente na religião cristã, pelo fato de sermos insatisfeitos com a nossa existência, construímos a ideia de que haverá outra vida na qual todo nosso sofrimento terráqueo acabará, da mesma forma construímos alguém que é perfeito (Jesus cristo) que fez coisas que nós não somos capazes de fazer exemplo: milagres, foi puro, não cometeu pecado, ou seja, um ser utópico. Como dizia Nietzsche “só existiu um cristão, Jesus Cristo”. Se pensarmos que várias pessoas conseguissem alcançar todos os seus feitos, ele não seria tão idolatrado assim, o motivo pelo qual cristo e idolatrado ate hoje é que nenhum cristão conseguiu ser idêntico a ele.
       O capitalismo talvez seja a morfina para esse problema, ele nos da o consumo para nos satisfazer por pouco tempo ate o próximo comercial nos dizendo que acabamos de comprar algo que não esta mais na moda. Ou também exerce a função de nos parecermos com os nossos ídolos comprando roupas parecidas, cortes de cabelo, produtos com suas fotos etc.
      Como dizia Cazuza, Frejat “por você eu aceitaria a vida como ela é” isso para ele e considerado como um esforço e realmente é, são tantas coisas que nos tiram da realidade que talvez passaremos toda a vida sem olhar para quem nos somos, qual nosso papel, nossas qualidades perdemos um pouco do nosso  narcisismo Outra banda que  aborda esse tema é  O Rappa na música “o que sobrou do céu” em  um trecho ele diz: “Fez da TV um espelho refletindo o que  a gente esquecia”. A televisão desligada nos reflete algo que nós esquecemos, nós mesmos. Já passou do tempo de termos nossa própria personalidade e finalmente ser.




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