terça-feira, 14 de maio de 2013

Vergonhoso reconhecimento erudito.

Se escrevi até agora sem motivo é porque de algum modo esses frívolos assuntos me sustentaram. O que me pergunto agora é: por qual modo? Por aquele fetiche de meu ego! Ego esse que se mantém das migalhas de um reconhecimento também desimportante. – “Mas isso é humildade”. Pois prefiro que me escalpelem essa bondade e me cubram com algum véu de orgulho e maldade. Envergonhado por ter vivido assim até agora. "De" e não "para". Viver se alimentando de palavras ao invés de se alimentar para estas.
Perceba minha sinceridade ao me auto intitular estupido por essa vida. Brás Cubas foi ainda mais sincero ao dizer que depois de morto os defeitos da vida passada deixam de ser importantes, chegam a ser irrelevantes. Sim, estou morto e sem alma hoje, mas não se preocupe, pois amanhã terei e direi que não tinha.

sábado, 4 de maio de 2013

Brincando de "redondilha".

Orquestrando ao que me soa
Gosto de ser o que não sou
Sem nem saber o que me causou
Atuar outra pessoa


Alma minha não tão boa
Causa da esmola que não dou
Então não ouço daqui onde estou
Seu protesto que não ecoa


Gosto por diversão minha ou
Gosto por mais que fetiche
Sou encharcado de mesmice
Em um trapo que me sobrou