domingo, 21 de outubro de 2012

Mercúrio/1.

            Procurando dormir com a janela aberta desde quando a vista das folhas das arvores balançando me ajudaram a apagar. Coberto até o pescoço por um lençol empoeirado que tenta me proteger de um frio literal que entra pela fresta. Enquanto o vento obriga a persiana da janela do meu quarto a dançar com ele, tento me surpreender com a aleatoriedade de algumas folhas que se soltam pra me distrair das vozes caladas que sussurram um nome. Não o seu, pois não se trata de você, só um nome talvez parecido ou igual e que poderia ser idêntico a vários. Sussurram a dor de perde-la um pouco mais a cada tentativa frustrada, imitam o ruído de uma garganta angustiada que engole desespero a cada tentativa desperdiçada. Quando os olhos pesam, as folhas soltas adormecem comigo já que o vento frio apenas discute serenamente com a cortina.

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