Um pouco mais de narcisismo.
Não temos uma definição
universal para o que é vida, porém podemos identificar traços que nos encaminha
para futura resposta que há em nossa cultura (ocidental capitalista) um desses
traços será a tese desse texto, que é: as dualidades presentes em
nossas vidas “o que realmente sou e o que desejo ser?” veremos
que há desigualdade na ênfase nessas duas questões. Essa ideia
aparece também no filme Clube da Luta, é umas das principais
razões para as pessoas buscarem a religião e um alimentador do consumismo.
No filme Clube da luta o
personagem “Jack” que exerce a função de narrador personagem cria uma dupla
personalidade, alguém que é tudo o que ele gostaria de ser, bonito, bem
vestido, inteligente, possui carro luxuoso,não trabalha em um escritório, mora em uma casa velha ou seja, ele cria uma vida completamente diferente comparada a que ele tem. Esse tipo de dualidade acontece em nossas vidas, mas de uma
maneira um pouco diferente para a maioria das pessoas, começamos a idolatrar
sujeitos que são aquilo que jamais seremos exemplo: famosos, talentosos, ricos etc. A mídia
exerce a função de criar indivíduos para serem nossos ídolos, esses
personagens cantam bem, namoram pessoas que nos somos loucos para namorar,
possuem habilidades que gostaríamos de ter e com isso nos tornamos cada vez
mais insatisfeitos com nós mesmos. Por conta disso, a idolatria funciona como
uma espécie de fuga, cultuamos quem é aquilo que queremos ser. A diferença
desse tipo de dualismo ao dualismo presente no Clube da Luta é que não somos
responsáveis pela criação de nossos ídolos e sim a mídia, já no filme e o
próprio autor que cria o seu Herói.
Esse pensamento
também esta presente na religião cristã, pelo fato de sermos insatisfeitos com
a nossa existência, construímos a ideia de que haverá outra vida na qual todo
nosso sofrimento terráqueo acabará, da mesma forma construímos alguém que é
perfeito (Jesus cristo) que fez coisas que nós não somos capazes de fazer
exemplo: milagres, foi puro, não cometeu pecado, ou seja, um ser utópico. Como
dizia Nietzsche “só existiu um cristão, Jesus Cristo”. Se pensarmos que várias
pessoas conseguissem alcançar todos os seus feitos, ele não seria tão
idolatrado assim, o motivo pelo qual cristo e idolatrado ate hoje é que nenhum
cristão conseguiu ser idêntico a ele.
O capitalismo talvez
seja a morfina para esse problema, ele nos da o consumo para nos satisfazer por
pouco tempo ate o próximo comercial nos dizendo que acabamos de comprar algo
que não esta mais na moda. Ou também exerce a função de nos parecermos com os
nossos ídolos comprando roupas parecidas, cortes de cabelo, produtos com suas
fotos etc.
Como dizia Cazuza, Frejat “por
você eu aceitaria a vida como ela é” isso para ele e considerado como um
esforço e realmente é, são tantas coisas que nos tiram da realidade que talvez
passaremos toda a vida sem olhar para quem nos somos, qual nosso papel, nossas
qualidades perdemos um pouco do nosso narcisismo Outra banda que
aborda esse tema é O Rappa na música “o que sobrou do céu” em um
trecho ele diz: “Fez da TV um espelho refletindo o que a gente esquecia”.
A televisão desligada nos reflete algo que nós esquecemos, nós mesmos. Já
passou do tempo de termos nossa própria personalidade e finalmente ser.
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